A grande serpente da temida Lagoa Azul é o maior enigma do complexo
de seis grandes lagos próximo ao Rio Doce entre Colatina, Marilândia e
Linhares cuja aparição do fabuloso monstro assombra os moradores da
região ao longo de três décadas. Isolada pelo medo e a mata fechada, o
mistério da cobra gigante que mora nas tocas de raízes árvores caídas da
Lagoa Azul -, afugenta pescadores e intrusos que ousam invadir seu
domínio naquele ponto quase intocado de natureza selvagem.
Das dezenas de relatos de observações algumas fantasiosas, ao menos
três merecem análise crítica e a abordagem cientifica da presença da
terrível anaconda ou sucuri nos remansos do lago azul-esverdeado. Para
alguns moradores do Assentamento Sesínio de Jesus, vizinhos da lagoa na
localidade de Humaitá, a cobra gigante não passa de pura invenção, mas
na verdade pouca gente se arrisca a tomar banho ou pescar nela.
O agricultor Valdemar Ferreira de Souza, 51 anos há três anos no
terreno de reforma agrária do governo federal tem certeza que ‘algo
estranho’ acontece por ali e capaz de deixar perplexos vizinhos e
pescadores que se aventuram a enfrentar o mito da criatura.
“Eu mesmo nunca vi nada, até porque deixei de pescar. Mas amigos meus
chegaram aqui assombrados com a visão de uma cobra imensa que devorava
os peixes na rede armada por eles. Largaram tudo para trás e correram.
Uma mulher que mora aqui perto contou que um movimento brusco revolveu a
água e logo após um redemoinho quase virou o bote que pescava”, contou
Valdemar.
Rica em peixes infestada de piranhas e jacarés há tempos o mato tomou
conta da estrada e do acesso a Lagoa Azul, contribuindo na conservação
da área de rara beleza no coração do Espírito Santo.
O pescador Everaldo dos Santos Andrade, 41 anos desde criança ouve
falar na existência da anaconda que pela descrição de quem viu trata-se
de uma sucuri-amarela entre sete e dez metros de comprimento.
Movido
pela curiosidade, Everaldo costuma busca vestígios e pistas da serpente
com objetivo de comprovar a existência desse monstro. Precavido para não
virar rango da serpente, Everaldo nunca entra na água sem a machadinha.
“Sei que não é venenosa, mas mata a presa enrolando-se em volta do corpo dela e devora a gente”, acredita Everaldo.
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